E pronto, a minha atribulada relação chega ao fim num dia de muita chuva e trovoada. Não foi bem assim, mas podia ter sido.
Não faz mal, não dependo de ninguém pra viver a minha vida e não é agora que ia passar a depender.
Na quarta-feira fui à biblioteca José Saramago, em Loures pra quem não sabe, e requisitei um livro de poemas da Florbela Espanca, o Sessenta sonetos de amor, para o portefólio de Literatura, mas a stora não me deixa ler esse porque é muito pequeno. Tem 67 páginas e tem folhas de formato ainda mais pequeno do que o A5... Mas mesmo assim tem 60 sonetos, já dá algum trabalho! Enfim, manias!
Por acaso lá até encontrei um poema bem girinho e propício:
Ódio
À Aurora Aboim
Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado
Se à vida assim roubei todo o encanto...
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não. Não vale a pena...
Enfim, escrevi aqui porque tá bonito... E porque vou ser obrigada a ler 5 livros pra Literatura e outro pra Português... Ninguém disse que a vida de estudante era fácil, verdade?
Etiquetas: amor, literatura, poemas