Ms_Breaggats

sábado, setembro 30, 2006

Tenho pena e não respondo



Tenho pena e não respondo.
Mas não tenho culpa, enfim
De que em mim não correspondo
Ao outro que amaste em mim.

Cada um é muita gente
Para mim sou quem me penso,
Para outros - cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.

Ah, deixem-me sossegar,
Não me sonhem nem me outrem
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?

Fernando Pessoa



Pois é... Neste poema, Fernando Pessoa parece estar a pedir para não o chatearem, para o deixarem estar no seu próprio cantinho e advertir que cada pessoa é como é... Eu também estou um bocadinho assim neste momento: sinto-me completamente sem reacção nenhuma às coisas do dia-a-dia e por mais que queira ter energia para aguentar isto tudo, não está nada fácil. Talvez seja baixa estima, eu não sei. Só sei que nada sei e só estou bem no meu cantinho, meio apagada do mundo.
Agora, na secundária, escola nova, novas regras, novos professores, novas caras... Isto é que me fascina: as novas caras! Porque eu vi uma cara mesmo bonita (e continuo a vê-la quase todos os dias) que tenho imensa vontade de conhecer o menino que está por detrás daquela cara! Mas enfim, apesar de até poder conhecê-lo, não tenho muita vontade de o fazer agora.
Sinto-me bastante complicada!! Hehehe =) Talvez um dia.
Beijinhos para os meus "suspirantes" =D ********

sexta-feira, setembro 22, 2006

Continuar sem ti

O tempo passa e a saudade permanece
Por mais que eu queira o sentimento não desaparece
Não digo que não voltava a viver tudo outra vez
Mas se vivesse de novo voltariam os porquês
Rebuscaria meio mundo só pra te poder encontrar
Reviraria a outra metade apenas para te poder abraçar
Por experiencia própria sei que amar sem ser amado magoa
Mas também sei que o tempo cura tudo, pois é, o tempo não perdoa
Bem que eu gostaria de poder olhar para trás e esticar o tempo
Mas nem a minha mágoa nem o meu descontentamento
São capazes de o fazer ficar mais duradouro
E sim, cada segundo que estive contigo para mim vale ouro
E olhando o teu semblante numa foto esquecida
A realidade abate-se sobre mim como um vírus da Sida
Agir como uma mulher e continuar sem ti
Ainda que me custe, terá de ser assim

terça-feira, setembro 12, 2006

Se Deus Quiser

Se Deus quiser, ainda te vou voltar a ver
Com muita saúde para dar e vender
Se Deus quiser, ainda vou abraçar
Cada pedacinho do teu corpo, louca por agarrar
Se Deus quiser, ainda te vou falar
Antes de perder a voz de tanto gritar
Se Deus quiser, ainda te vou apreciar,
Ver o quanto cresceste e no homem que te tornaste
Se Deus quiser, ainda vou dançar contigo
Porque é a dançar que me esqueço do mundo
Se Deus quiser, ainda te vou ver vencer na vida
Em casa, na escola, no trabalho
Se Deus quiser
E se eu não quiser?





sábado, setembro 02, 2006

Sétimo dia

(...) Sou de uma outra sociedade onde tudo é ninguém, único; sou o mal, tu o bem, sou a tua diferença, mas creio que te amo, por isso pede-me o que quiseres. (...)


Zofia,
Vejo-te a dormir e, Deus, como tu es bela! Voltaste nesta ultima noite a tremer, aperto-te de encontro a mim, coloco o meu casaco por cima de ti, desejaria poder colocar um sobre todos os teus Invernos. O teu semblante está tranquilo, acaricio a tua face e, pela primeira vez na minha existência, estou triste e feliz ao mesmo tempo.
E' o fim do nosso momento, o principio de uma recordação que, para mim, durará pela eternidade. Havia em cada um de nos tanto de realizado e tanto de inacabado quando estávamos juntos!
Partirei ao romper do dia, afastar-me-ei passo a passo, para aproveitar ainda cada segundo de ti, até ao último instante. Desaparecerei atrás desta árvore para me submeter à razão do pior. Deixando-os abater-me, anunciaremos a vitória dos teus e eles perdoar-te-ão, sejam quais forem as ofensas. Volta, meu amor, volta a essa casa que é a tua e que tem tudo a ver contigo. Gostaria de tocar as paredes da tua morada com cheiro a sal, ver das tuas janelas as manhas romperem em horizontes que não conheço, mas que sei que são os teus. Conseguiste o impossível, mudaste uma parte de mim. Desejaria que a partir de agora o teu corpo me cobrisse e nunca mais visse a luz do mundo de outro modo a não ser pelo prisma dos teus olhos.
Onde tu não existes, eu não existo. As nossas mãos juntas inventavam uma de dez dedos; a tua ao pousar em mim passava a ser minha, de tal modo que quando os teus olhos fechavam, eu adormecia.
Não fiques triste, ninguém poderá roubar as nossas recordações. Daqui em diante, basta-me cerrar as pálpebras para te ver, deixar de respirar para sentir o teu cheiro, enfrentar o vento para adivinhar o teu hálito. Agora escuta: onde quer que esteja, ouvirei as tuas gargalhadas, verei os sorrisos nos teus olhos, ouvirei os sons da tua voz. Saber simplesmente que tu estás nalgum sítio nesta terra será, no meu inferno, o meu cantinho de paraíso.
És o meu Barchert,
Amo-te
Lucas
(Sete dias para a Eternidade, de Marc Levy)


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